segunda-feira, 23 de julho de 2012

segunda-feira, 9 de julho de 2012

FILHOS NATIVOS, PAIS ESTRANGEIROS!



Crianças e jovens nasceram em um mundo diferente dos que já têm mais de 30 anos. Eles vivem em um contexto que não apresenta muitas semelhanças com aquele contexto que seus pais conheceram antes da idade adulta.
Quem tem filhos, hoje, não tem intimidade com o mundo de seus rebentos porque não experimentou nada parecido.
Os mais novos manejam com a maior facilidade todo tipo de traquitana tecnológica. É realmente incrível acompanhar os movimentos de seus dedos, de tão impressionante que é a velocidade impressa nesses gestos. Aliás, são poucos os adultos que podem, no mesmo tempo em que os mais novos conseguem, vencer os desafios apresentados por esses jogos.
Isso significa que crianças e adolescentes é que são os nativos deste mundo. Nós somos os estrangeiros, no máximo naturalizados.
Essa terminologia criada para apontar as diferenças no mundo atual entre a nova geração e as outras é perfeita, não é verdade?
Há adultos que conseguem lidar com todos esses aparelhos novos e seus recursos com muita destreza também. Mas, uma hora ou outra, aparece um sotaque que denuncia sua origem.
Tal fato deixa muitos adultos constrangidos. Isso porque precisam educar os mais novos e, muitas vezes, as situações que os filhos experimentam têm características que são grandes novidades para os pais.
Vamos analisar o uso da internet por exemplo.
É grande o número de pais que considera normal a criança ou o adolescente participar de redes sociais de todos os tipos sem qualquer acompanhamento ou tutela.
Já ouvi mães dizerem que não é possível fazer esse acompanhamento e nem sequer orientar porque os filhos têm mais experiências e conhecimento do assunto do que elas  - e também porque faz parte da vida deles estarem conectados o tempo todo.
É esse o tipo de pensamento que deixa crianças e jovens à deriva no mundo virtual. E os acontecimentos que envolvem os mais novos na internet têm nos mostrado que não podemos deixa-los por sua conta e risco na rede. Eles precisam de nós para aprender a viver no mundo da internet.
Crianças e jovens são ainda escravos de seus impulsos e podem escrever o que pensam sem nenhuma regulação. Podem se arrepender depois. O problema é que tudo, absolutamente tudo que é colocado na internet é permanente.
Experimente, caro leitor, dar ao seu filho uma folha de papel e uma caneta de tinta permanente. Depois que ele desenhar ou escrever algo, peça que ele apague, impossível. Para fazer outro desenho ou texto será preciso uma folha sobreposta. Mas a que fica embaixo permanece lá.
Assim é tudo na rede: postou, ficou. Mesmo que algo seja apagado, alguém pode ter copiado e é por isso que permanece indefinidamente.
É principalmente por isso, mas também pela falta de domínio sobre o que pode ser compartilhado publicamente e o que deve permanecer na intimidade, que os mais novos precisam de nós.
Uma palavra dita pode ser esquecida. Uma foto pode ser rasgada, queimada. As palavras escritas na rede sempre podem voltar. As imagens registradas na internet, lá ou alhures, permanecerão.
Essa é uma característica do mundo virtual que é um perigo para os mais novos porque eles nem percebem os riscos que correm postando um comentário ou uma foto.
Por isso - insisto- eles precisam de nós no mundo onde vivem, mesmo com nosso sotaque de estrangeiros naturalizados.

Folha de S.Paulo 08/05/2012 

( ROSELY SAYÃO)

segunda-feira, 2 de julho de 2012

DOIS ENSINAMENTOS GREGOS!


Primeiro, que nossa vida é breve e frágil e, portanto, preciosa demais para ser desperdiçada. Segundo, que não sabemos o que somos até nos dispormos a descobrir quem podemos ser. Dentro de nós esconde um potencial ainda não realizado, uma pessoa que ainda iremos nos tornar. Mas só com esforço podemos nos transformar nessa pessoa, pois cada um de nós tem uma odisseia espiritual a enfrentar, uma jornada através do tempo.
No entanto, não podemos realizar essa viagem, sozinhos. Vamos precisar da ajuda e do amor dos outros para chegar ao nosso destino. E eles também vão precisar de nós se quiserem nos acompanhar nessa aventura. Sem dúvida, encontraremos grandes obstáculos e tentações ao longo do percurso, como o impulso de nos deixarmos levar pela correnteza, de nos submetermos à vontade dos outros, de abandonarmos os próprios sonhos. O maior obstáculo, porém, não está no exterior, mas dentro de nós mesmos: o desejo de permanecer como somos em vez de nos tornarmos o que ainda podemos ser. O maior adversário é nosso inimigo interior, pois em nosso íntimo se escondem emoções sombrias e destrutivas. Mas também é lá que reside a luz da razão que pode nos levar ao autoconhecimento.
É preciso viver com paixão e ter cuidado com a sedução. Caso sejamos obrigados a escolher entre uma vida de empenho apaixonado e uma existência tranquila e confortável, devemos optar pela paixão, não pelo conforto. O mais importante, porém, não é o prazer que obtemos, mas o alimento de nossa alma. Isso é, e sempre será, o que nos diferencia dos animais.

( do livro Os Oito Pilares da sabedoria grega, Stephen Bertman, PH.D, Ed. Setante)
Enviado pelo colégio Maria Clara Machado.